TORNE-SE SÓCIO
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Uma viagem para o desenvolvimento
"Não é o caminho que nos falta. O que nos falta é a viagem", escreve Mia Couto (2023, p. 92) na crónica "O descrucificado", inspirada num episódio real ocorrido no final de 2022, em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, entre dois amigos, um muçulmano e outro católico, "a escapulir da nossa aldeia, como bichos escapando das chamas. Fugíamos da guerra, escapávamos dos novos demónios que se passeiam na nossa terra".
No editorial, o professor Mário Centeno revive a sua primeira experiência de professor, em 1993, na Universidade Eduardo Mondlane. E de como os moçambicanos ganharam o seu afeto. No seu caminho de ministro de Portugal e de líder do Eurogrupo, granjeou reputação e notoriedade. Agora, como Governador do Banco de Portugal, está a ajudar a fortalecer as instituições dos países de língua oficial portuguesa. E sabemos como estas são importantes.
A 28 de junho tivemos a oportunidade de conhecer o candidato da Frelimo à Presidência de Moçambique, o professor Daniel Francisco Chapo, no seu encontro com a Diáspora Moçambicana em Lisboa. Foi um encontro caloroso. Sendo um académico, soube apresentar um projeto, uma visão para um Moçambique que queremos melhor. O professor Lívio de Morais, em nome da comunidade, fez uma importante exposição. Permitam-me recordar que Sintra, em 2008, inaugurou a Casa da Cultura Lívio de Morais, um marco de referência cultural em Portugal. Mas também a academia soube estar presente neste encontro. O professor António Mendonça, Bastonário dos Economistas, deu nota da esperança que este novo ciclo político oferece. Cabe aos moçambicanos a sabedoria da escolha democrática; aos candidatos, os nossos votos de saúde e de bom governo.
Terminada a retrospetiva, falemos do futuro. O ano de 2025 deve ser de glória à paz e à esperança. Moçambique comemora 50 anos de independência. Vamos ter um novo ciclo político no país. Também Portugal está no advento de uma nova fase. Queremos fazer parte destes projetos de desenvolvimento. Que a viagem se faça a valorização de todos. Que cada um faça a sua parte. E que o resultado seja maior do que a simples soma das partes.
Rui Moreira de Carvalho
Presidente da Direção da CCPM